Desde pequena sempre me encantou o cheiro de terra molhada.
Antes mesmo de cair os temporais de verão – não, não como os de hoje – quando a chuva ainda vinha longe e as primeiras gotas ainda nem haviam caído do quintal poeirento, lembro-me de ficar à janela da casa da minha infância com aquela expectativa boa, aquela ansiedade esperançosa, aquela inquietude de uma novidade iminente – coisas que só o cheiro de terra molhada pode provocar… Ainda hoje ao escrever esse texto, sinto esse mesmo cheirinho, recordo-me da janela de madeira azul da casinha, da cor caramelo da terra úmida…
Agora, já passados bons anos dessas lembranças, refletindo na bíblia, me peguei lendo um texto que maravilhosamente me trouxe à tona essas doces recordações deixando-as ainda mais desembaçadas. Encontro no livro de Jó, no capítulo 14, esses versos:
“Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus frutos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no chão, ao cheiro das águas brotará, e florescerá como uma planta nova.”
De onde concluo que toda “aquela expectativa boa, aquela ansiedade esperançosa, aquela inquietude de uma novidade iminente” que dizia lá em cima se chama esperança, pura e simples, que Deus já colocava em meu coração!
Pois por mais árido que esteja o chão, mesmo o frescor da chuva ainda distante, mesmo sem vida minhas raízes, eu sei que poderei reviver, mesmo sem água, apenas…simplesmente, ao cheiro delas, ao cheiro das águas sobre a terra!
Obrigada, Jesus! Dono das águas vivas!!!
**PS: e enquanto posto, cai de repente uma chuvinha depois de um dia tão quente… é “só” Deus me lembrando, por via das dúvidas, que há, sim, ESPERANÇA!
#o que Deus diz!